Nicolò Sagredo (Veneza, 1606-1676)

Primogénito do ramo Sagredo di Santa Sofia, filho de Zaccaria, procurador, e de Paola Foscarini di Alessandro, Nicolò é considerado um dos mais famosos membros da família nobre veneziana, envolvido ao mais alto nível na hierarquia da Sereníssima, primeiro como embaixador nas Cortes de Espanha, Alemanha e França, depois eleito Doge entre 1675 e 1676, ano em que morreu. Além da carreira, Nicolò Sagredo estava muito envolvido na sua paixão pela arte, cultivada durante a sua permanência em Roma, entre 1651 e 1656, como embaixador veneziano junto de Inocêncio X.

Agostino Sagredo (Veneza, 1798 – Vigonovo, 1871)

“Lego ao Museu Correr os manuscritos de minha casa, os quadros dos meus quartos”. Assim diz Agostino Sagredo no seu testamento, escrito em 3 de abril de 1869, dispondo a doação da sua própria coleção de arte à cidade de Veneza. A opção deste nobre veneziano enquadra-se no amplo fenómeno do século XIX, de legar coleções particulares aos municípios, testemunhando o amor pelo passado da Serenissima e o forte vínculo com a cidade, e preservando o seu património artístico e cultural para a memória da posteridade.

De acordo com os hábitos do seu tempo, sendo o último descendente de uma antiga família nobre, por sua morte em 8 de fevereiro de 1871, o Conde Sagredo deixava a sua própria coleção de arte ao Museu Correr, constituído pelo legado em testamento de 1830 de Teodoro Correr. Herdeiro da nobre família Sagredo, Agostino nasceu em Veneza a 29 de novembro, filho de Giovanni Sagredo, do antigo ramo de Santa Ternita, e de Eleonora Elisabetta Renier, crescendo com os seus três irmãos e duas irmãs no Palácio de Santa Sofia, onde iniciou os estudos literários. A sua vida é marcada pela paixão pelo estudo e pela sua terra natal, a que se dedicou, sendo encarregado de vários institutos culturais e da administração da cidade: conselheiro municipal entre 1829 e 1831, vereador na década de 40 e membro da Comissão Veneziana para a Conservação de Monumentos.